Caixa
art déco, de porcelana moldada e
relevada, em forma de ouriço-cacheiro estilizado, sendo a tampa a cabeça do
animal. Corpo ovoide, a preto, revestido de espinhos em triângulo, lembrando
escamas, sob o qual sobressaem subtilmente as patas da mesma cor. Cabeça e
cauda a branco, tendo a primeira apontamentos a preto realçando focinho e
olhos. No fundo da base, inciso na
pasta, as letras
sobrepostas «EC» inscritas num quadrado na oblíqua.
Selo colado da «Vidraria Monumental - Av. Almirante Reis, 162A –
Lisboa».
Data: c.
1930
Dimensões: Comp. c. 15,5 cm x larg. c. 7,5 cm x alt.
c. 6,5 cm
Esta
peça art déco remete claramente para
a influência estilística de algumas criações de Édouard-Marcel Sandoz, caso do
ouriço-cacheiro deste autor, que se ilustra, que parece ter sido a matriz
inspiradora da deliciosa e simpática criatura produzida pela Electro-Cerâmica de
Vila Nova de Gaia que hoje apresentamos.
Surge, certamente, na sequência da influência que
esse escultor suíço radicado em França teve na produção nacional na década de
1930, bem documentada na Fábrica da Vista Alegre, que produziu, pelo menos,
duas peças de Sandoz. Foi o caso de um coelho e de um saleiro-rã, este último
já postado aqui no blogue, na sua versão a amarelo, em 19 de Janeiro de 2012.
A surpresa do selo de uma vidraria aposto a
uma pequena peça decorativa de porcelana, talvez uma drageoire, pode indiciar uma prática comum em Portugal até aos anos
60 do século XX, a de se oferecer brindes a certos clientes. Embora nada obste a
que um estabelecimento dessa natureza não pudesse também vender objectos de
decoração.
Sem comentários:
Enviar um comentário