domingo, 16 de novembro de 2014

Caixa com caracol nº 27-J – variante 2 - Aleluia - Aveiro


Caixa art déco de faiança moldada, redonda e achatada, com decoração manual estampilhada pintada à mão em tons de castanho e preto sobre fundo creme. A tampa tem pega em forma de caracol que pousa sobre círculo preto. Na parte superior do bojo, três grelhas intercalam com igual número de composições vegetalistas com flores estilizadas em espiral. A parte inferior do bojo, sem decoração, é apenas enquadrada por faixa franjada, na transição com a parte superior, e filete preto junto ao pé. No fundo da base, carimbo preto «Aleluia Aveiro» sobrepujando «Fabricado Portugal» inscrito num rectângulo. Pintado à mão, a preto, 27 – J.
Data: c. 1935 - 45
Dimensões: alt. 7 cm x larg.10 cm


Do modelo nº 27 mostrámos anteriormente uma versão com decoração a verde cuja letra correspondente não pudemos apurar, dada a página do Catálogo de loiças decorativas das Fábricas Aleluia. Aveiro, que temos digitalizado, estar truncada. Como a peça também não o menciona, só mesmo um auxílio dos leitores nos poderá fornecer esta referência. A peça de hoje não só ostenta todas as indicações como aparece devidamente identificada no referido catálogo como sendo a nº 27 – J (modelo e decoração) mal-grado a fotografia da mesma estar cortada…

Pelo contexto decorativo desta caixa, assim como de outras que haveremos de ilustrar, depreende-se, desfazendo a dúvida anteriormente levantada, que o caracol da pega pretende representar uma espécie de gastrópode terrestre, apesar da casca nada ter de realista, com o espiralado em simetria, como então referimos. Alertamos para a decoração da tampa deste exemplar, porque ou não lhe pertencia ou então estaremos perante uma variante (propositada ou fruto de acaso?) talvez mais tardia (precisamos saber em que data se começa a utilizar o carimbo que ostenta). Para mais, é um pouco mais alta, porque o caracol é maior, que as restantes variantes que possuímos. Voltaremos a este assunto.


A decoração da parte superior do contentor é particularmente interessante, dado manter uma tradição que aparece recorrentemente no azulejo setecentista, sobretudo a partir de c. 1740: a representação em trompe l’oeil de grades metálicas que, neste caso, dão uma leitura visualmente tripartida à peça. Grades de um jardim imaginário, entre elas observamos pares de flores graficamente estilizados dentro da gramática art déco.

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