Caixa art déco
de faiança moldada e relevada, de cor creme, estampilhada e pintada á mão com motivos
geométricos e florais em tons de castanho. Oitavada, as faces menores,
côncavas, são decoradas por meias flores estilizadas formadas por semicírculos
concêntricos castanho-mel, complementadas por finas hastes curvilíneas e
folhas. Nas faces mais largas, a castanho-escuro, sobressaem “contrafortes”
embutidos que elevam a caixa e formam os quatro pés, decorados por duas fiadas
de rectângulos a castanho-escuro, desalinhadas e unidas a eixo que se destacam
sobre a cor creme. No topo da tampa, ao centro, eleva-se uma estrutura
cruciforme escalonada em que assenta a pega tronco-piramidal. Espelhos a
castanho-escuro e topos a castanho-mel. No fundo da base, dois carimbos a preto
«Fábrica Aleluia – Aveiro» e «Fabricado em Portugal» inscrito em rectângulos.
Pintado à mão «E» e, inscrito na pasta, «25».
Data:
c. 1930 - 35
Dimensões: Alt. 9 cm x lado 10,6 cm
Trata-se do modelo nº 25 com a decoração E. Não aparece referida no Catálogo de loiças decorativas de inícios da década de 40, onde só encontramos a peça nº 25-A, a primeira da série, que teremos oportunidade de mostrar em breve.
A qualidade do seu design, com um elaborado jogo de volumes, quase que arquitectónico, remete-nos para uma possível filiação estrangeira que ainda não descobrimos. Porém, e como sempre, a Aleluia-Aveiro soube “nacionalizar” as influências externas e a partir delas criar algo de original. A solução dos pés, por exemplo, é particularmente comum em móveis coetâneos que então por cá se fizeram (a título de ilustração veja-se a peça de mobiliário abaixo que, embora redonda e vazada, cumpre o que atrás se referiu). Em ambos os casos, encontramos ecos de um gosto que a arquitectura modernista portuguesa veiculou. Aliás, esta contaminação entre as diferentes artes é uma constante, como temos referido.