domingo, 7 de outubro de 2012

Caixa art déco canelada com escorridos da Lusitânia - Coimbra


Caixa de faiança moldada, certamente uma boleira, de forma tendencialmente prismática quadrangular com decoração policroma de escorridos, aplicados em três níveis distintos. Sobre a cor de fundo, marmoreada a marfim e a azul-claro, escorre uma camada cor-de-laranja forte e sobre esta uma última cor, a azul carregado. As cores terão sido aplicadas a aerógrafo e parcialmente – pelo menos na transição do laranja para o azul - com a ajuda de estampilha. As cores escorrem de forma livre mas controladamente. A taça de secção trapezoidal, apresenta os lados ligeiramente curvos, em evasé, sendo canelada a partir da base até cerca de 2/3 da altura. A tampa, subtilmente piramidal, é truncada pela pega em forma de pentágono alongado. A tampa, suavemente canelada, mantém a mesma ordem de cores. No fundo da base, carimbo azul «Lusitania – Coimbra».
Data: c.1935
Dimensões: Comp. 19,2 cm x larg. 12,7 cm x alt. c. 14,5cm



A contaminar a vertente modernista da art déco em Portugal, mais uma vez a influência do funcionalismo alemão da República de Weimar presente neste exemplar, tanto ao nível da forma como da decoração. Apesar de ainda não termos encontrado o modelo germânico que lhe terá dado origem, estamos convictos da sua existência. Já aqui mostrámos uma caixa Lusitânia da unidade fabril de Lisboa com o seu respectivo modelo. Continuaremos a dar mostras desta preferência, quase contínua, durante os anos 30 e 40 pela estética pré-hitleriana no campo de uma cerâmica mais vanguardista nacional.

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