domingo, 20 de novembro de 2011

Jarras Arte Nova - Rörstrand (Suécia)


Hoje apresentamos dois objectos de paixão. Duas jarras de porcelana Arte Nova da fábrica sueca Rörstrand. A primeira que adquirimos foi esta de forma esférica abatida, branca, de bojo decorado com folhas de golfão amarelo, naturalistas, recortadas e aplicadas em relevo, policromas, em tons pastel, ligadas, formando vazios, à argola do bocal. Na base, carimbo verde Rörstrand e gravado na pasta o número da forma: 30273 e um G, atribuído a Johan Georg Asplund (1873-1920 ou c. 1930) autor do modelo e pintura?.
Data: c. 1900
Dimensões: alt 9 cm x diam 12cm.



A segunda jarra, em forma de balaústre, igualmente branca, com bojo decorado em tons pastel, com três pés de roseira brava, de cor cinza, que desabrocham em igual número de rosas cor-de-rosa abertas, naturalistas, em relevo, que orlam, deixando vazios (ajouré), o bocal. Na base, carimbo verde Rörstrand e AB, iniciais da autora Anna Boberg.
Data: c. 1900
Dimensões: alt 21,5 cm x diâm 9,5 cm

A notoriedade adquirida internacionalmente pela fábrica Rörstand durante o período da sua produção Art Nouveau, entre 1895 e 1915, só teve paralelo com as produções de vidro de Tiffany e Gallé.
No atelier artístico da fábrica, o nacionalismo sueco tomava contornos de Arte. Baseando-se na fauna e flora nativas do seu país, os artistas criam elegantes objectos tridimensionais, de inultrapassável beleza. Capturam as formas orgânicas que a natureza lhes proporcionava numa combinação de pintura, contorno e movimento.
Com uma técnica perfeita aliavam a pureza das pastas à mestria da aplicação da pâte-sur-pâte. Muitas jarras viram os seus rebordos esculpidos, em relevo e formas vazadas numa paleta de sombras subtis e tons pastel, caso dos dois exemplares aqui apresentados.


Anna Boberg (1864-1935) foi uma das principais artistas da Rörstrand, sendo dela a famosa jarra “Pavão”, de 1,80 m de altura, que dominou o pavilhão da fábrica na Exposição de Estocolmo de 1897, e, em 1900, na Exposição Universal de Paris, peça que recebeu o Grand Prix. Aliás, o pavilhão sueco em Paris foi da autoria de Ferdinand Boberg, seu marido.

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